Alvinegro desperdiça várias oportunidades no primeiro tempo, mas compensa na etapa final, balançando as redes paranaenses três vezes, com Muriqui, Tardelli e Ricardinho
Ivan Drummond - Estado de Minas
Publicação:
24/05/2010 07:00
Na vitória do Atlético por 3 a 1 sobre o Atlético-PR, ontem, o Galo esteve diante de um estádio praticamente vazio. Que razões teria o torcedor atleticano para deixar de ir ao Mineirão? Seria a goleada sofrida para o Prudente, por 4 a 0, na rodada anterior? Teria o torcedor perdido a confiança na equipe de Vanderlei Luxemburgo? Ou a despedida do atacante Marques? O público pequeno decepcionou. Isso, apenas três semanas depois da conquista do título mineiro. Era tão pouca gente a gritar “Galoooo...” nas cadeiras, que nem parecia que o Atlético estava em seu terreiro.Quem foi ao campo esperava novidades. As estreias do goleiro Marcelo e do jovem João Pedro. O primeiro estava lá, sob as traves. O segundo, não. Luxemburgo optou pela experiência, ao utilizar o jogador que dá consistência ao meio-campo: Correa. Quem estava dentro das quatro linhas, pelo menos no Galo, não parecia se importar com o fato de o público ser ou não ser pequeno. Diego Tardelli, por exemplo, fez questão de reverenciar seus fãs. Desde o início, o time atleticano mostrou que queria jogo. Partiu para cima. Muriqui perdeu gol feito logo no início. Para mostrar que estava viva, a equipe paranaense mandava bola alta na área do Galo. Numa delas, Manoel saltou e cabeceou para fora. Alívio do torcedor.O Atlético ditou o ritmo. Pressionou. Muriqui perdeu mais um. Eram 10 minutos apenas e alguns torcedores mostravam não ter paciência com o companheiro de ataque de Tardelli. Xingavam e vaiavam. Tardelli também perdeu outros dois gols. Começou, então, um duelo do ataque atleticano com o goleiro Neto. Numa das chances, Fabiano e Muriqui tabelaram e a bola foi parar na mão de Neto. Para variar.Tardelli se movimentava muito, abria espaços. O Galo até criava oportunidades, mas não marcava, pois o goleiro Neto vencia a briga. O Atlético-PR, por sua vez, não passava do meio-campo. O primeiro tempo terminou sem gols, com Tardelli mandando uma bola por cima, Muriqui concluindo mal e as boas defesas de Neto.MÚSICAS Não por acaso, a torcida se calou no intervalo, temendo que os muitos gols perdidos e as intervenções de Neto fossem mau presságio. O jogo recomeçou e, em três tentativas do Galo, três defesas do goleiro paranaense. A história começou a mudar aos 11min, quando Muriqui, o vaiado, balançou as redes. Os torcedores passaram a cantar “Ih, é Muriqui...”. Três minutos depois, foi a vez de Tardelli sacudir as redes e a torcida cantar “Tar-de-lli, gol, gol...”. Ainda tinha mais. Ricardinho recebeu uma bola roubada por Fabiano e fez 3 a 0, aos 28min. O torcedor atleticano só pôde comemorar, pois Ricardinho ainda não tem música. Então, a charanga começou a tocar o hino, embalando o Galo até o fim. O torcedor ficou tão feliz que nem o gol de honra dos paranaenses, marcado por Bruno Mineiro, tirou a alegria. Só ficou sem explicação mesmo o público pequeno numa tarde de domingo.
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