Em meio a mais uma grave crise no clube, gerada depois da goleada vexatória de 6 a 1 para o Vasco, na noite de quinta-feira, o presidente do Atlético, Ziza Valadares, continua “desaparecido”, sem se posicionar publicamente quanto à situação, o que provoca a revolta do torcedor e dá margem a especulações: seria por estar suspenso pelo TJD, por estar em viagem pessoal a Buenos Aires ou por opção mesmo? Seja o que for, o diretor de futebol Alexandre Faria sai em sua defesa: “O Ziza participou efetivamente da decisão de substituir o Gallo pelo Marcelo Oliveira. Além disso, o Renato Salvador (1º vice-presidente do Atlético) esteve conosco no Rio. Vamos esquecer o que passou e, agora, dar todo o apoio para que o Marcelo Oliveira possa realizar um bom trabalho e levar o time ao caminho certo”.
O certo é que, pela terceira vez no ano de seu centenário, o Atlético apresentou treinador cuja missão é conduzir a equipe, no mínimo, a buscar as primeiras colocações do Campeonato Brasileiro, além do título da Copa Sul-Americana. Ex-jogador do clube, Marcelo Oliveira assume o comando da equipe em substituição a Alexandre Gallo, demitido não apenas pela goleada, mas também por não conseguir dar regularidade ao time.
A missão do novo treinador não é fácil. O Galo tem mostrado limitações em todos os setores, sendo que até atletas que poderiam servir de esteio sofrem “apagões” constantemente, o que ajuda a explicar o sobe-e-desce no desempenho. Como explicar o bom resultado sobre o Vitória, um dos primeiros colocados do Nacional, ser seguido pelo vexame de São Januário?
A isso se junta a falta de comando fora de campo. Para quem acompanha o dia-a-dia do clube, os treinos, quando abertos à imprensa, são bem-feitos, com muito empenho de todos. Porém, em algumas partidas, os atletas parecem se esquecer do que foi treinado, não ocupando os espaços como deveriam ou não realizando as jogadas combinadas. A conseqüência é o time brigando para não ser rebaixado, em vez de buscar as primeiras colocações, como sonha a torcida em temporada tão importante. Para completar, houve crise até na direção, com a troca do diretor de futebol, com a entrada de Alexandre Faria na vaga de Beto Arantes, até então considerado “irmão” de Ziza Valadares.
Ex-técnico das equipes juvenil e júnior e auxiliar técnico permanente do Galo, Marcelo Oliveira assume pela sexta vez o comando da equipe principal. Em quatro oportunidades, ele foi técnico interino e em uma, efetivo, entre julho e novembro de 2003. A última vez que ele dirigiu a equipe foi em maio deste ano, no empate por 1 a 1 com o Goiás, no Serra Dourada, entre a demissão de Geninho e a chegada de Alexandre Gallo.
CONTINUIDADE Marcelo Oliveira se mostrou bastante animado para mais um desafio à frente do Atlético. Com contrato até o fim do ano, ele formou a comissão técnica com o auxiliar André Figueiredo, Marcelo Luchesi como preparador físico e Aílton Serafim como preparador de goleiros. Todos já estavam no clube.
“Sei que a situação não está fácil, mas o momento é único para mim e vou procurar vivê-lo intensamente. Nosso time não é inferior a tantos outros que temos aí, ainda estamos na 16ª rodada e, com honestidade e trabalho, podemos subir na classificação”, afirmou o treinador.
Alexandre Gallo, por sua vez, se despediu de forma melancólica: “Gostaria que tivesse sido diferente, pois tenho um carinho muito grande pelo clube e sempre torcerei pelo Atlético. Reformulamos o grupo, dispensando 13 jogadores e trazendo 10, já planejando a médio prazo. A idéia era ter uma continuidade com esses jogadores, mas entendo a decisão da direção. Tentei fazer o meu melhor e, dentro do possível, acho que tivemos boas apresentações. Tenho certeza de que o time ainda pode fazer boa campanha, ficando entre os 10 primeiros do Brasileiro”.
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