sexta-feira, 10 de maio de 2019
Estado vai propor solução conjunta entre Mineirão, Independência e clubes
Estádios foram reformados para a Copa do Mundo e entregues à iniciativa privada; as duas concessões são permeadas por polêmicas
Thiago Nogueira | @superfcoficial
09/05/19 - 08h00
O Estado de Minas Gerais tem dois estádios sob sua responsabilidade, o Mineirão e o Independência, ambos cedidos à administração da iniciativa privada. Embora sejam regidos por regimes de concessão completamente diferentes, os dois estádios foram reformados com a mesma intenção: servir os clubes e o povo mineiro.
No Horto, a Luarenas pede a rescisão contratual, alegando prejuízos que, segundo a empresa, é resultado de um plano de negócios mal elaborado. O América, dono do terreno, entregou o local em comodato para o Estado, que reformou o estádio e passou para a gestão privada até 2022. Na Pampulha, o Mineirão foi remodelado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Os investidores fizeram um aporte, tomaram empréstimos, reformaram a arena para a Copa do Mundo e, desde 2013, passou a ser ressarcido do valor aportado com repasses fixos e variáveis do governo do Estado. Tendo o Cruzeiro como principal cliente e recebendo partidas ocasionais do Atlético, o Mineirão não se sustenta apenas com a renda do futebol.
Enquanto isso, o repasse de R$ 8 milhões mensais do governo à gestora, conforme estabelecido em contrato, soa como “absurda” em tempos de crise. A equipe do governo Zema, que assumiu a administração do Estado no início deste ano, recebeu esses dois problemas de gestões passadas e, embora ainda analise documentos e possibilidades, já tem uma certeza: Mineirão, Independência e clubes precisam sentar à mesma mesa para, juntos, encontrarem uma solução. Na prática, as partes envolvidas precisam chegar a um consenso para o melhor aproveitamento dos dois principais equipamentos esportivos do Estado.
“O Independência talvez seja um dos componentes para nos ajudar a achar uma solução para o problema da Minas Arena. A pergunta que fazemos é: quantos estádios Belo Horizonte comporta? Temos tentado buscar uma resposta: dois estádios são suficientes, três estádios serão exagerados (considerando que o Atlético vai construir o seu)? Não vamos analisar a questão Minas Arena isoladamente. Estamos analisando não só do futebol, mas outros ingressos de receita, que elimine a obrigação de pagamento do Estado”, ressaltou o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Marco Aurélio Barcelos.
Reunião
Conforme antecipou o Super FC no dia 16 de abril, a Luarenas entrou com um pedido de quebra de contrato com o Estado. Mas, para isso, ela quer uma compensação por investimentos feitos no estádio, entre outras alegações. Estado e Luarenas se reuniram na última terça-feira. A empresa parou de fazer os repasses devidos ao governo e ao América, conforme determina o contrato.
“Ontem (terça), nós tivemos com eles para falar do pedido de rescisão. É um pedido que ele depende de um consenso. Eles não podem simplesmente largar o contrato. A exemplo do que vamos fazer com o Mineirão, precisamos buscar soluções. Estamos em tratativas com eles pra ver como eles podem nos ajudar no todo”, destacou Barcelos.
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