quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Treino nas férias, luto de Dadá, dois reis e um trono: há 35 anos, Atlético era hexa mineiro Frederico Ribeiro e Alexandre Simões Hoje em Dia - Belo Horizonte 07/12/2018 - 06h14 - Atualizado 14h09 Os treinos durante as férias, debaixo de chuva, garantiram o primeiro troféu. Os dois últimos gols de Dadá Maravilha com a camisa alvinegra decretaram o bi, as chegadas de Palhinha e Éder deram o tom do tri. Na batuta de Carlos Alberto Silva, o tetra foi beliscado. Com Nelinho, o penta também veio. E nos embalos de Paulinho Kiss, a consagração da maior sequência de títulos de Minas Gerais na era profissional do futebol, iniciada em 1933. Hoje, o Atlético completa 35 anos da conquista do hexacampeonato mineiro, confirmado em 7 de dezembro de 1983 com uma goleada por 3 a 0, gols de Reinaldo/2 e Catatau, sobre o Nacional, de Uberaba, no Mineirão. Entre 1978 e 1983, com formações diferentes, tendo Dario e Reinaldo no ataque, e a formação dourada de Elias Kalil, o Atlético reinou. Os três primeiros títulos tiveram o comando de Procópio Cardoso. O treinador, segundo com mais jogos na história do Galo, iniciou a campanha em 1978 vindo direto do rival Cruzeiro, por quem ganhara o troféu no ano anterior. Era época de reformulação e sacrifícios tiveram que ser realizados. “O Atlético tinha vendido muitos jogadores. O time foi desfeito. Então fomos treinar durante as férias, o que era proibido. Os jogadores toparam a ideia e fomos premiados pelo primeiro título, o mais difícil”, lembra Procópio. DOIS REIS E UM TRONO O hexacampeonato foi a grande conquista da geração especial do Atlético, que bateu na trave no Campeonato Brasileiro diversas vezes e foi frustrada na Libertadores em 1981. Reinaldo viveu seu auge, ainda que tenha se lesionado em 1978, após a Copa. Nesta época, o Galo resgatou Dario, que marcou os dois gols da vitória sobre o Valério que valeu o primeiro lugar no quadrangular final e, consequentemente, o troféu. Dadá jogou aquela partida de luto, como lembra Procópio. Foram os dois últimos gols do eterno camisa 9 alvinegro, que logo deixaria o Galo ao ver a disputa desleal que teria com Reinaldo. “Naquela partida contra o Valério, num sábado (10 de março de 1978), me acordaram às 4h da manhã na concentração. O Gregório, massagista, me disse que a a mulher do Dario estava com complicações na gestação. Ia dar a luz, mas não estava bem. O Dadá foi de encontro à esposa. Eram gêmeos e só um sobreviveu. Liberei Dario do jogo, para o enterro do filho. Ele voltou logo depois querendo jogar. Jogou e fez os dois gols. Quando Reinaldo voltou de lesão, ele virou pra mim e disse: ‘Aqui tem dois reis e um trono só’. Então ele foi embora”. Nas seis campanhas, Reinaldo só foi artilheiro do time em 1982, com 12 gols. Mas somou 47 bolas nas redes, sendo o goleador máximo do hexa. Fez um dos gols nos 2 a1 sobre o Cruzeiro, na única vez em que a taça foi conquistada sobre o rival. No ano seguinte, anotou dois gols nos 3 a 0 sobre o Valério, no hexa antecipado, garantido também no Gigante da Pampulha.

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