quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

PAIXÃO ALVINEGRA Na Flórida, Galo reúne atleticanos que não medem esforços pelo clube Torcedores alvinegros buscam rever a equipe, ou mesmo torcer de perto pelo seu time pela primeira vez na vida Galo York - Chico Pinheiro - Atlético - Florida Cup Chamado por Nepomuceno, Marques será embaixador do Galo na Florida Cup A cada dia mais ambientado Focado na Florida Cup, Jemerson comenta sobre propostas do exterior PUBLICADO EM 11/01/16 - 08h00 JOSIAS PEREIRA @SUPER_FC Mariah Eduarda, ou 'Duda', possui oito anos. Um oceano de distância, mais milhares de quilômetros de terra firme, e ainda a barreira linguística, não são suficientes para impedir que ela fale com desenvoltura seu time de futebol no Brasil. "O Galo", responde de imediato a garotinha, uma das milhares de crianças, filhos de imigrantes brasileiros, que ampliam o legado alvinegro nos Estados Unidos. Duda, que mora em Newark, em Nova Jersey, jamais viu o Atlético de perto, porém já tem conhecimento suficiente para apontar, assim como seu irmão Leonardo Garcia, 12 anos, o Maluquinho Luan como seu jogador favorito. Legado da mãe, Karina Abreu, mineira de Mendes Pimentel, residente nos EUA há 14 anos. A situação da garotinha não é muito diferente de milhares de brasileiros que partiram em busca do sonho americano. Muitos deles sem ver um jogo do time do coração há décadas. Mas essa espera já tem data para acabar. No próximo dia 13, o Galo estreia na Florida Cup contra o Schalke 04-ALE, em Fort Lauderdale, e atleticanos de toda parte da América estão mobilizados para reencontrar ou até mesmo ver pela primeira vez a razão de um sentimento que eles não conseguem explicar. Esse é o caso de Maria Luíza Correia, estudante de fisioterapia na Universidade de Rutgers. Natural de Belo Horizonte, ela chegou aos EUA em 2003, com apenas sete anos, e vai realizar um sonho. "Vai ser a primeira vez que eu vou ver o Galo ao vivo. Desde pequena sempre torci pelo Atlético. Herdei essa paixão dos meus pais. Ganhei o ingresso como presente de natal da minha mãe. Mal posso esperar para ver os jogadores em campo", diz Maria Luiza. Um dos responsáveis por alimentar essa paixão é o primo, Gustavo Guimarães. Ele, também nascido em BH, deixou o Brasil em 2006 e desde então só acompanha o Atlético pela televisão. "Quando me mudei para cá, o Galo estava na 14ª posição na Série B. Então, nove anos depois, reencontrar o clube numa situação bem mais favorável é motivo de orgulho", celebra o torcedor, que pediu folga de dois dias no restaurante italiano em que trabalha só para acompanhar a passagem alvinegra pela terra do Tio Sam. Na América, 'tempo é dinheiro'. Por isso mesmo, nada de descanso. Assim que desembarcar no Aeroporto de Newark, na quinta, ele vai direto para o trabalho. Mas quer saber? Para o torcedor tudo é válido. "Tem nove anos que eu não assisto uma partida do Atlético no estádio. Quando o clube confirmou presença, era a chance de colocar um ponto final nessa ausência. Mesmo de longe, a gente acompanha o Galo onde ele estiver", conclui Gustavo. Sem medir esforços pelo Galo E os jogadores do Atlético podem esperar a presença maciça da Massa durante os jogos na Flórida. Um exemplo disso é a mobilização da 'Galo York'. Criada a partir do desejo de reunir atleticanos residentes em Nova York e região para acompanhar os jogos do Campeonato Mineiro, Brasileiro e também da Libertadores, a torcida organizada promete uma grande festa para celebrar o reencontro com o time do coração. "Calculamos que ao menos 50 membros da Galo York irão à Flórida. Lá nós vamos encontrar com outras torcidas, o pessoal de Boston, torcedores lá da Flórida mesmo. Vai ser uma grande festa. O resultado é o que menos interessa para gente, vai ser uma grande oportunidade para nós, atleticanos que moramos aqui, celebrarmos a nossa 'atleticanidade'", afirma Hudson Sacramento, 48, natural de Belo Horizonte, há 21 anos nos EUA e um dos responsáveis pela administração da Galo York. Ele também relata os esforços de vários torcedores para poder acompanhar os duelos contra Schalke, no dia 13, e Corinthians, no dia 17. "De Nova York até a Flórida são três horas de voo, mas tem gente que está indo de carro, pessoas que estão saindo daqui no domingo para o jogo da quarta-feira. São 24 horas de viagem de carro aproximadamente de Nova York até a Flórida. E tem ainda pessoas que estão saindo de Boston, ainda mais distante. São mais de 30 horas de carro só para ver o Galo. Outros sequer tinham hospedagem, mas vão ficar na casa de atleticanos que se dispuseram a recebê-lo, tem gente que vendeu carro, fez empréstimo só para poder ir. Isso dá a dimensão do que esses jogos significam para nós", completa o torcedor. Festa que não acaba mais Além de acompanhar os jogos, os atleticanos estão se movimentando nas redes sociais para tornar a 'excursão alvinegra' ainda mais marcante. O planejamento dos torcedores inclui até mesmo churrascos e troca de souvenirs. "Estamos preparando um grande encontro e pedimos aos atleticanos, mesmo os que estão vindo do Brasil para passar férias na Flórida, que levem souvenirs, chaveiros, bonés, camisas para trocar. Vai ser uma grande interação de atleticanos trocando camisas de torcidas, fazendo churrascos, promovendo encontros nas praias, nas praças. Tenho certeza que todo mundo que for sairá muito satisfeito", orienta Hudson Sacramento.

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