quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Perfil do Novo Técnico Diego Aguirre tem no currículo bom trabalho com base e força na defesa Em sua passagem pelo Internacional, comandante promoveu jovens atletas, mas pecou na preparação física e rodízio de jogadores PUBLICADO EM 03/12/15 - 14h22 Jonathas Cotrim* @Super_fc O Atlético confirmou na manhã desta quinta-feira a contratação do técnico uruguaio Diego Aguirre, que estava sem clube, desde sua saída do Internacional, no início de agosto. E pelo clube gaúcho, o treinador deixou uma boa impressão, com utilização dos atletas da base e um futebol veloz. Mas teve problemas com a preparação física e rodízio de jogadores. Na sua primeira passagem pelo futebol brasileiro, Aguirre comandou o Inter em 48 oportunidades, com 24 vitórias, 15 empates e 9 derrotas. No clube gaúcho, conquistou o Campeonato Gaúcho e chegou às semifinais da Libertadores, caindo diante do Tigres-MEX. No Rio Grande do Sul, a impressão deixada foi de um técnico que investia em uma defesa forte, qualidade de passe e apostava nos contra-ataques. “No Inter, ele implantou um 4-2-3-1 bem estruturado. Dois volantes que sabiam sair para o jogo. Além disso, ele gosta de ter um centroavante movediço, que sai para o jogo e não fica fixo dentro da área. É o famoso ‘falso-nove’. É uma boa contratação, com ideias modernas de futebol. Gosta de um jogo rápido e veloz, investe na transição meio-ataque. Ele não costuma fazer coletivo. Treina as questões mais táticas, em mini-trabalhos de campo reduzido”, analisou o repórter do Jornal Zero Hora, Alexandre Hermes, de Porto Alegre. O repórter Felipe Duarte, da Rádio Guaíba, também apontou os contra-ataques como principal arma do comandante. “Era um time bem defensivo, mas bastante rápido no contra-ataque. Apostava na marcação alta, os atacantes marcavam muitos os zagueiros. Era um time retroativo, que deu uma certa fama de retranqueiro. Mas como saía rápido no contra-ataque, tinha bons resultados”, apontou. Outra marca positiva, foi a utilização de jogadores da base. Nas mãos de Aguirre, foram pelo menos quatro atletas promovidos para o time principal, sendo os principais destaques Valdívia e Rodrigo Dourado. No Inter, Aguirre também demonstrou ter boa relação com os jogadores e não ter problemas com a comunicação. “A relação com grupo é excelente. Os jogadores falam muito bem dele, gostam de seu trabalho. Ele tem uma boa postura, combate críticas sem ficar bravo. Ninguém falou em problemas de comunicação ou com o idioma”, afirmou José Alberto Andrade, da Rádio Gaúcha. Negativo. Todavia, o comandante deixou a desejar em alguns aspectos, principalmente na preparação física. Chegaram a culpar o preparador físico, Fernando Piñatarez, pelo baixo rendimento dos jogadores. “A preparação física do Aguirre não é boa. Fernando Pignatares tem umas ideia mais europeias, não é o ritmo do futebol brasileiro. O time do Inter cansou depois do segundo semestre” disse Hermes. Outra problema, foi o rodízio. “Ele mudava o time muitas vezes, não repetia a escalação, não tinha uma base titular. Só definiu o time na semifinal da Libertadores”, apontou Felipe Duarte, da Rádio Guaíba, como um dos fatores que irritaram a diretoria colorada. Saída política. No Rio Grande do Sul, o que motivou a saída de Aguirre do Internacional foi mais a pressão interna do que externa. A torcida gostava do uruguaio e chegou a criar uma campanha nas redes sociais pela permanência do comandante, mas a diretoria estava se irritando com o treinador. “O Aguirre foi buscado e bancado pelo vice-presidente de futebol, Luiz Fernando Costa, que morreu no início da temporada. Tinha o departamento de futebol desfavorável e o presidente colorado não gostava muito de técnico estrangeiro. Dentro do clube, ele não era o preferido”, afirmou José Alberto Andrade, da Rádio Gaúcha. Irritado com a falta de definição de um time titular e com o baixo preparo físico do time, a diretoria do Inter demitiu Aguirre no começo de agosto. Pós Inter. Depois de deixar o Colorado, Aguirre aproveitou para estudar novos conceitos e aprimorar o que já sabia. À convite do técnico argentino Diego Simeone, ele acompanhou treinos do Atlético de Madrid ao lado de seu preparador físico Fernando Pignatares, que seguiu o trabalho do também uruguaio Oscar Ortega, preparador do Atleti. A equipe de Madrid é conhecido pelo forte poder de marcação, entrega dos jogadores e contra-ataques eficientes. Da Espanha, Aguirre desdeu para Turim, na Itália, onde visitou a Juventus, do técnico Massimiliano Allegri, e o Torino, do italiano Giampiero Ventura. Nos dois clubes italianos é possível observar alterações táticas - como o sistema tático com três zagueiros - e velocidade para contra-atacar. (Com Fernando Almeida) *Sob orientação de Leandro Cabido

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