sábado, 17 de outubro de 2015
O que aconteceu com a Massa?
Falta de dinheiro, jogos de pouco apelo e erros de arbitragem seriam causas do esvaziamento
Esvaziado. Na última quarta-feira, contra o Avaí, pouco mais de 10 mil atleticanos foram ao Horto para acompanhar o jogo do vice-líder
PUBLICADO EM 11/09/15 - 03h00
Thiago Nogueira / Débora Costa
Especial para O Tempo
O Atlético briga pela liderança do Campeonato Brasileiro, mas, nas duas últimas rodadas em casa, levou apenas 12 mil torcedores contra o Atlético-PR e pouco mais de 10 mil diante do Avaí. “Mas, afinal, o que aconteceu com a Massa?”. Essa é a pergunta que se faz neste momento. Torcedores, jogadores, comissão técnica, diretoria e até o ex-presidente Alexandre Kalil têm tentado entender o que pode ter ocorrido.
Não há consenso, mas uma somatória de fatores pode ter contribuído para a queda de público alvinegro nos últimos jogos. “Isso é um fenômeno. Talvez uma descrença com o campeonato, a parte financeira, política (do país) e, às vezes, o time adversário, que não tem tanto apelo”, ressaltou o técnico Levir Culpi.
O que o treinador chama de descrença seria por causa dos erros de arbitragem que, nas últimas rodadas, contribuíram com a queda de rendimento do time na competição.
“A arbitragem está avacalhando demais o Atlético. Foi assim contra o Atlético-PR. A torcida está desanimando por causa disso. Acho que é até um protesto da torcida, estão roubando e, por isso, não vai mais”, analisou o estudante, Jeferson Sudaro, 18, que esteve nesta quinta na Cidade do Galo.
Estádio. Particularmente no Brasileirão deste ano, o Atlético tem passado por uma situação diferente dos últimos anos, já que ora opte por jogar no Independência, ora pelo Mineirão. Estádio de Copa, bem mais espaçoso, o Gigante da Pampulha ainda desperta certa curiosidade e é defendido por parte da torcida para ser, de vez, a casa do Galo, mesmo com todo o histórico de mística do Horto.
Para jogos no Mineirão, a diretoria do Atlético costuma adotar uma política de preços mais baratos, o que acaba atraindo mais público, tanto que a média, em quatro jogos no Nacional, é de mais de 50 mil torcedores.
No Independência, de capacidade inferior, a média de público é de pouco mais de 14 mil, três vezes e meia menor do que na Pampulha. A diretoria tem tentado atrais mais torcedores com o programa de sócios. Nesta semana, aliás, o clube lançou um plano para pagamento mensal de R$ 13.
Preocupação. Após o jogo de quarta-feira, o ex-dirigente do clube Alexandre Kalil voltou a usar a rede social para expressar seu sentimento diante das arquibancadas vazias. “Queremos a nossa torcida conosco agora. Vamos fazer a diferença como já fizemos. Tô triste com a Massa…” escreveu o ex-mandatário.
Assim que publicou o texto, a declaração repercutiu. Nos comentários da publicação, no Twitter, vários torcedores procuravam justificar o pouco público. Uns culparam o preço do ingresso, outros o horário – a partida começou às 19h30. Até o tempo chuvoso atrapalhou (veja ao lado algumas opiniões).
De todo modo, o técnico Levir Culpi procurou valorizar os poucos que foram. “As pessoas que estavam aqui estavam nos ajudando. Se há um caminho ruim, é o caminho da vaia. Não tivemos tantos torcedores, mas eles foram bem. Tenho certeza de que, no jogo do Cruzeiro, teremos a lotação do estádio (o Atlético terá 10%)”, destacou o treinador.
Douglas Santos, Eduardo e Carlos retornam da seleção
O Atlético ganhou três reforços para o clássico de domingo, contra o Cruzeiro. Isso porque o lateral-esquerdo Douglas Santos, que estava com a seleção brasileira, e os jovens Carlos e Eduardo, que atuaram pela seleção sub-20, retornaram nesta quinta à Cidade do Galo e podem jogar contra o rival celeste.
Os atletas mal retornaram ao CT alvinegro e já fizeram um treino regenerativo juntamente com os jogadores que estiveram na vitória por 2 a 0 sobre o Avaí.
Já os reservas do Atlético fizeram um treino físico no gramado e, em seguida, participaram de um coletivo, que contou com a participação do atacante Thiago Ribeiro. O jogador treinou normalmente, mesmo estando suspenso da partida de domingo, após levar o terceiro cartão amarelo diante do time catarinense.
Jogadores se empenham para evitar erros do último clássico
Nas últimas duas temporadas, o Atlético foi soberano diante do Cruzeiro, empregando uma invencibilidade em clássicos que durou 11 partidas. Mas a sequência sem perder para o rival caiu no primeiro turno do Brasileirão deste ano, quando a equipe celeste bateu o Galo por 3 a 1, no Independência.
A derrota em casa custou pontos preciosos para o Atlético, que segue na luta para ser campeão Brasileiro. Os jogadores alvinegros já têm a receita para não repetir o resultado ruim do primeiro turno.
Para o zagueiro Leonardo Silva, a equipe precisará rever o desempenho do clássico passado. “A gente vai estudar o que erramos no clássico passado. Sofremos contra-atraques que foram cruciais, não podemos errar assim mais”, avaliou o defensor alvinegro.
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