Retrospecto de Raposa x Galo mostra que nem sempre quem foi apontado vencedor antes de a bola rolar comemorou. Dois jogos do Brasileiro do ano passado são exemplos dessa situação
Antônio Melane - Estado de Minas
Publicação:02/12/2011 07:00
Como os técnicos e jogadores sempre dizem que clássico não tem favorito, que o futebol não é uma ciência exata e que as surpresas fazem parte deste contexto, não se pode afirmar, diante das necessidades de Cruzeiro e Atlético de vencer domingo, quem vai levar a melhor. Caso o vencedor seja o Cruzeiro, chegará aos 43 pontos e vai escapar da zona de rebaixamento. Se for o Galo, com 48 pontos, estará garantido na Copa Sul-Americana’2012 e acaba o ano em alto astral.
Em Atibaia, onde o Cruzeiro faz a preparação, Wellington Paulista fez questão de dizer que sempre leva vantagem contra o Atlético. Diego Renan mostrou que os números são favoráveis a ele, sempre vencedor. Já no Atlético, o volante Fillipe Soutto, acostumado com os clássicos desde a categoria de base, assegura que há um sabor especial em sair de campo com a alegria da vitória. É o que espera para domingo.
A história recente mostra que com a bola rolando é que se saberá o destino do 54º clássico da história em disputas pelo Campeonato Brasileiro. Por enquanto, muita igualdade, com 18 vitórias para cada um e 17 empates. O Cruzeiro fez 64 gols e o Galo um a mais, única diferença. Importante destacar que esta contagem é feita a partir de 1967, não mais de 1971, já que recentemente a Confederação Brasileira de Futebol oficializou também o Cruzeiro como campeão brasileiro de 1966, pela conquista da Taça Brasil.
O torcedor lembra com detalhes de dois jogos decisivos de 1999, disputados com o Mineirão lotado, válidos pelas oitavas de final do Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro fazia uma bela campanha e estava seguro de que chegaria ao título, mas encontrou o Atlético, que teve dificuldades para ficar entre os oito primeiros, tendo conseguido apenas a última vaga. Levir Culpi, técnico do Cruzeiro, não gostou: “De nada adiantou termos conseguido a vantagem de jogar o jogo decisivo em casa e atuar por dois resultados iguais, já que temos o Atlético pela frente”. O Cruzeiro perdeu por 4a 2 e 3 a 2. O Galo foi vice-campeão brasileiro, perdendo o título para o Corinthians. A Raposa demitiu Levir Culpi e foi disputar a repescagem para a Copa Libertadores.
TORCIDA ADVERSÁRIA No ano passado, os dois jogos também foram dramáticos e mexeram com as emoções do torcedor. O primeiro foi na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, com torcida única do Atlético, e o segundo no Parque do Sabiá, com presença apenas da torcida azul. No primeiro duelo, válido pela 12ª rodada, o Cruzeiro era o sexto colocado, com 16 pontos, e o Atlético o 19º, com 10, comandado por Vanderlei Luxemburgo, que prometia a disputa do título ou pelo menos garantia de vaga na Copa Libertadores. Na rodada anterior, o Galo havia empatado por 0 a 0, com o Avaí, em Florianópolis, e o Cruzeiro com o Grêmio por 2 a 2, em Sete Lagoas. Deu Cruzeiro, 1 a 0, golaço de Wellington Paulista, quando todos apostavam na vitória alvinegra, principalmente por jogar com o apoio da torcida.
Já em Uberlândia, o Atlético deu a resposta em alto estilo. Já era dirigido por Dorival Júnior e, como no campeonato deste ano, presença marcante na zona de rebaixamento. Estava em 17º lugar, com 31 pontos. Na rodada anterior havia vencido o Avaí por 2 a 0, em Sete Lagoas. Já o Cruzeiro era líder, com 54 pontos, mesmo tendo perdido para o Grêmio por 2 a 1, em Porto Alegre. Era a vitória dos sonhos para o time celeste, que, definitivamente, iria consolidar sua posição para conquistar o título. Perdeu por 4 a 3. O Galo ganhou a força que necessitava, saiu da zona de rebaixamento e ainda conseguiu classificação para a Copa Sul-Americana, com 45 pontos, em 13º. O Cruzeiro foi vice, com 69.
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