terça-feira, 21 de junho de 2011

Operários de obras do Mineirão paralisam trabalho e aguardam proposta de empresas


Cerca de 50 operários não aderiram à 'greve', mas estão em ritmo lento no Mineirão
Pedro Ferreira - Estado de Minas
Publicação:15/06/2011 14:32
Representante do Consórcio Minas Arena - das construtoras Construcap, Egesa e Hap – ficaram de apresentar uma resposta até as 17h desta quarta-feira aos operários que trabalham nas obras do Mineirão, na Região da Pampulha. Nova assembleia dos grevistas está prevista para as 6h de quinta-feira. Centenas de operários que trabalham nas obras de modernização do estádio Mineirão, em Belo Horizonte, cruzaram os braços nesta manhã reivindicando melhores salários e condições de trabalho.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de BH e Região, Osmir Ventuno, 450 operários tiraram seus uniformes e voltaram para casa às 9h30, quando terminou uma reunião de integrantes do consórcio Minas Arena como comissão formada por cinco trabalhadores. Segundo Venuto, o operário oficial (pedreiro, carpinteiro e armador) receber salário de R$ 926 mensais e pede R$ 1.250. O ajudante de pedreiro recebe R$ 605 e quer R$ 850. Também reivindicam aumento das horas extras de 60% para 100% e cesta básica de 30 quilos.
Ainda de acordo com o sindicalista, outros 50 operários não pararam de trabalhar, mas estão em ritmo lento, na chamada "operação tartaruga", como forma de protesto aos baixos salários.Os grevistas reclamam da comida servida pelas empresas no canteiro de obras. Segundo eles, o arroz e as carnes da feijoada chegam crus nas marmitas. Alegam, ainda, que todo dia comem carne de porco. Outros operários relataram que dos 20 chuveiros, apenas três tem água quente. "Falta água o tempo todo e muitas vezes o trabalhador volta para casa sem tomar banho", disse Venuto, que também reclama que nem todos os trabalhadores têm cartão de ponto e não há como registrar horas extras. A maioria trabalha no local desde novembro de 2010.
O sindicalista ressaltou a importância da reforma do Mineirão para a Copa de 2014, mas defende que os trabalhadores tenham melhor alimentação. "As condições daqui são muito ruins. Se você vai cozinhar para 500 pessoas é preciso de uma cozinha mais bem preparada. Trabalhadores ficam até 10 horas da noite na obra com um cafezinho, um pãozinho e um copo de leite servidos no meio da tarde. E é por isso que acontecem acidentes na construção civil, sempre quando os operários estão com fome", acrescentou Venuto.
Policiais do Batalhão de Eventos da PM permaneceram de prontidão o tempo todo nas imediações do estádio, mas a reivindicação foi pacífica e não houve transtorno. A assessoria de imprensa do Consórcio Minas Arena ficou de divulgar nota esclarecendo a situação dos operários que trabalham na reforma do Mineirão.
Em nota, a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) informou que a empresa responsável pelas obras e, posteriormente, pela operação do estádio, está conduzindo diretamente a negociação para normalização dos trabalhos no estádio. Embora seja uma negociação privada, a Secopa acompanha o processo e espera que o assunto seja resolvido ainda nesta quarta.

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