
Ana Cândida, de 90 anos, recebe beijos da neta Sabrina e da filha M. Aparecida na Arena
Torcida alvinegra invade as ruas de Sete Lagoas cheia de confiança em ver o seu time superar o arquirrival e sair de campo com a vantagem para a segunda partida decisiva
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:09/05/2011 09:05
Atualização:09/05/2011 09:17
Sete Lagoas – Decisão de Campeonato Mineiro com torcida única é algo inédito, mas bem que os atleticanos gostaram da ideia. Sem perder a oportunidade de provocar o arquirrival, Cruzeiro, eliminado quarta-feira pelo Once Caldas nas oitavas de final da Copa Libertadores, desde o início da tarde, os torcedores alvinegros esbanjavam orgulho em vestir a camisa preta e branca e confiança na vitória que deixaria o Galo às portas do bicampeonato estadual.
A criatividade do torcedor é o diferencial em clássicos. Entre bandeiras, camisas personalizadas, faixas de incentivo, fantasias e música da charanga, a massa demonstrava alegria e desejo de fazer a festa a qualquer custo. O Dia das Mães era a chance perfeita para reunir a família em tarde de sol e bom futebol.
A professora aposentada Ana Cândida de Oliveira, de 90 anos, não falta a jogo do seu time. Já viajou a São Paulo, Rio, Ipatinga e Juiz de Fora para acompanhá-lo. “Moro ao lado do Mineirão, estou com saudade dos jogos lá. Nossa torcida sempre faz a diferença. Por isso, sairemos vitoriosos, com certeza.” Ela assistiu à partida ao lado da filha, a professora Maria Aparecida, de 49 anos, e da neta Sabrina, de 9.
Muitos não perdiam a chance de tirar uma casquinha do rival. Jornalista, José Araújo Filho, de 43, mora em Carmo do Paranaíba, no Alto Paranaíba, viajou cerca de quatro horas e meia até Sete Lagoas, sem se importar com gastos e perigo nas estradas mineiras, e garantiu que ainda voltaria para casa depois da partida. Carregava um banner com os dizeres “Barca Furadona” e a imagem de jogadores celestes cabisbaixos. “Pelo Atlético, fazemos tudo. O Cruzeiro acreditou que era o Barcelona da América, e vocês sabem o final da história. Hoje, será a segunda parte”, provocou. Outros carregavam uma bandeira da Colômbia, país do Once Caldas.
Sem congestionamentos
Os belo-horizontinos que viajaram a Sete Lagoas encontraram a rodovia tranquila, sem congestionamentos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) interrompeu as obras de recapeamento da BR-040, facilitando o fluxo de veículos. Por falta de cuidados, muitos carros se danificaram e ficaram parados no acostamento, embora sem prejudicar o tráfego.
Dentro da Arena do Jacaré, 400 militares se esforçavam para manter o clima de tranquilidade. Por causa da torcida única, não encontraram dificuldades, pois os torcedores se comportaram bem, à exceção de um que atirou um objeto nas costas do atacante cruzeirense Wallyson. Os policiais usaram esquema normal em eventos de grande porte e fizeram blitz nas avenidas Castelo Branco e Alberto Moura para coibir motoristas alcoolizados.
Sem acesso ao estádio, os cruzeirenses fizeram festa nas ruas de Sete Lagoas, aproveitando o clima quente. Alguns vestiam a camisa do clube ao passear com a família, sendo vaiados pela massa atleticana, que dominava a cidade. Domingo que vem, será a vez de os torcedores da Raposa colorirem a Arena do Jacaré.
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