Com os nervos no lugar, ao contrário do rival, Galo sai na frente na decisão e fica a um empate do bicampeonato
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:09/05/2011 07:02
Atualização:09/05/2011 19:11
Havia muito tempo o grande clássico de Minas não era aguardado com tanta ansiedade e expectativa pelos torcedores. Não bastasse a briga acirrada pelo título mineiro, os jogadores de Atlético e Cruzeiro precisavam provar ontem à tarde, na Arena do Jacaré, que a união e a humildade persistem nas equipes, mesmo depois de decepções recentes. Nisso, o alvinegro foi mais competente, ao se beneficiar do apoio exclusivo da massa e do descontrole emocional do adversário, vencer por 2 a 1 o primeiro jogo decisivo do Estadual e roubar a vantagem na partida do próximo domingo, de novo em Sete Lagoas – se sustentar o empate diante de torcedores apenas celestes, chegará ao bicampeonato e levantará pela 41ª vez o título.
Atleticanos e cruzeirenses fracassaram na segunda fase da outra competição que disputaram no primeiro semestre. O Galo foi eliminado pelo Prudente-SP da Copa do Brasil e a Raposa se despediu da Copa Libertadores diante do Once Caldas-COL. Mas a força de recuperação de ambos ainda é grande, suficiente para deixar as torcidas confiantes e reduzir as críticas.
No Dia das Mães, os alvinegros deixaram a Arena do Jacaré de sorriso aberto e com a confiança reforçada em dias melhores. O técnico Dorival Júnior tem conseguido o que antecessores ficaram devendo: formar um time com identidade, recuperando a garra característica do Galo e, sobretudo, vencer o Cruzeiro seguidamente. É evidente que os jogadores ainda precisam se esforçar muito para chegar ao ritmo ideal. “Era o jogo da nossa vida, não podíamos perder a chance de tirar a vantagem do Cruzeiro. Conseguimos o objetivo”, afirmou o capitão Réver.
O fantasma da Libertadores ainda atormenta a cabeça dos cruzeirenses. Eram nítidos os semblantes de decepção e angústia em cada um. Apesar das vaias da torcida, o que já era esperado, eles chegaram ao estádio sérios e concentrados na difícil missão de conquistar a vitória. Quando entraram em campo, ficaram cinco minutos no centro do gramado, abraçados, ouvindo palavras de motivação do preparador Robson Gomes. Barrado por Cuca, Roger manteve-se calado no banco, mas torceu muito pelo sucesso dos companheiros. Ele fez falta em campo, mas o técnico deu toda a pinta de esnobá-lo, ao pôr em campo o volante Fabrício, que não jogava havia seis meses, em lugar do atacante Ortigoza e o garoto Dudu na vaga do também armador Gilberto.
O atacante Thiago Ribeiro, contundido, também fez falta. Desorganizado taticamente, o time não mostrou seu melhor futebol, embora tivesse a bola nos pés na maior parte do jogo. Mas, ainda assim, mostrou em certo momento a seus torcedores, que acompanhavam a partida pela TV, condições de dar a volta por cima na segunda partida e comemorar o 36º título mineiro diante da China Azul. Para isso, porém, é preciso esfriar a cabeça e trabalhar muito. Como afirmou Cuca, a semana precisa ser definitivamente esquecida na história do clube.
MAESTRO Os gritos de incentivo da massa inspiraram o atacante Mancini. Experiente, dedicado e com um bi estadual pelo Galo no currículo (1999 e 2000), ele liderou a vitória. Logo no início, cobrou com precisão uma falta da esquerda e abriu o placar para o time de Dorival Júnior. Foi a primeira vez que balançou as redes contra o arquirrival. O empate celeste não demorou muito. Apagado nos primeiros minutos, o argentino Montillo fez grande jogada da esquerda para o meio e deixou Wallyson bem colocado para a finalização, em chute cruzado.
A alegria celeste durou pouco. Em ótimo passe de Magno Alves, o lateral Patric – algumas vezes criticado pela torcida, outras ovacionado – chutou cruzado para desempatar. No segundo tempo, o clima esquentou e os rivais não mais movimentaram o placar. A Raposa, que chegou a acertar a trave com Gilberto, teve Montillo errando feio, ao ser expulso por falta dura em Giovanni Augusto.
O segundo capítulo da decisão será domingo, com a Arena do Jacaré colorida apenas de azul.
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