segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ah, aquele lance!

Magno Alves lamenta ter desperdiçado a chance de dar o título ao Galo, depois de driblar Fábio, mas não foge da responsabilidade e, experiente, diz que vida de atacante é assim
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:16/05/2011 07:00
Atualização:16/05/2011 16:46
Nos momentos decisivos, a experiência de um atacante é fundamental. Mas para o Atlético não foi bem assim na finalíssima de ontem. Magno Alves, de 35 anos, que concorria à artilharia da competição, teve duas chances claras para definir o placar, uma em cada tempo, mas desperdiçou ambas. Na primeira, da entrada da área, chutou uma bomba por cima do travessão. Na segunda, chegou a driblar Fábio na área, mas permitiu a chegada do zagueiro Victorino na cobertura e acabou desarmado pelo goleiro.
Decepcionado com a perda do título, Magno Alves acabou terminando o Estadual na vice-artilharia, empatado com Jônatas Obina (América-TO, seu futuro companheiro de Galo, com 10 gols. Vivido, ele chamou com tranquilidade a responsabilidade para si. “Claro que o lance foi decisivo para a perda do título. Mas vida de atacante é assim. Às vezes, você faz o gol e é consagrado. Em outras, perde e é execrado pelos torcedores”, definiu.
Apesar da experiência, o jogador confessou a decepção pela grande chance desperdiçada. “A gente fica triste porque teve a chance de marcar. Aquele gol poderia ter mudado o rumo da partida. Mas tive vários bons momentos no Campeonato Mineiro, fiz muitos gols e ajudei o Atlético. Lamento que isso não tenha acontecido em uma decisão.”
Dorival Júnior, embora tenha admitido que o lance foi fundamental para o resultado, não responsabilizou o atleta. Segundo o treinador do Alvinegro, foi mais mérito do goleiro celeste. “O Fábio fechou bem o ângulo e dificultou, tirou qualquer possibilidade de o Magno concluir a jogada.”
EM 15 MINUTOS, TUDO A PERDER Outro experiente atacante atleticano que não ajudou muito foi Mancini. Nitidamente nervoso, nem de longe foi o guerreiro do primeiro jogo decisivo, quando o Galo venceu por 2 a 1 e ele fez o gol de abertura do marcador. “Fico chateado por causa dos meninos, que cresceram muito nos últimos jogos. Mas defendemos muito em 75 minutos e depois oscilamos. Em 15 minutos, perdemos o jogo”, limitou-se a dizer.
Orgulho com a meninada
Derrotado pela primeira vez no clássico mineiro, Dorival Júnior lamentou a perda do título, mas preferiu destacar o empenho do seu time, sobretudo o dos jovens da base, que fizeram bela campanha na reta final: “A garotada apareceu e deu resposta positiva. Jogou para cima nessas partidas. Tenho muito orgulho deles”.
O técnico admitiu que essa pouca maturidade tenha pesado no confronto. “Foi um jogo muito truncado, de muita marcação. O Cruzeiro foi melhor na posse de bola. Foi uma partida equilibrada até quando tivemos uma opção clara de marcar e a desperdiçamos. O adversário aproveitou a que teve e, numa jogada de grande felicidade de um atleta, nos deixou em difícil situação, principalmente no lado psicológico, que é muito difícil de ser recuperado e administrado. É uma equipe de garotos, que teve uma dificuldade a mais.”
QUEIXA CONTRA A ARBITRAGEM Para Dorival Júnior, o resultado foi natural, embora o título tenha sido um desejo até o fim, para coroar o empenho dos garotos. “Jogamos contra uma grande equipe, que perdeu num momento decisivo, mas tinha uma vantagem considerável e soube aproveitá-la.” Mas o treinador não deixou de criticar a arbitragem: “Não tiro o brilho da conquista do Cruzeiro. Mas faltou critério. O Seneme (Wilson Luiz), por ser um árbitro experiente e maduro, não poderia ser influenciável como foi em alguns momentos.”
Agora, ele se mostra preocupado em recuperar os jogadores psicologicamente para a estreia no Campeonato Brasileiro sábado, às 18h30, na Arena do Jacaré, contra o Atlético-PR. “Se tivéssemos vencido, teria de recuperar o time do mesmo jeito, pois, mesmo na vitória, eles chegam ao ápice da emoção.” O grupo deve voltar às atividades amanhã, em dois turnos, na Cidade do Galo.

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