Documento utiliza ideias opostas para legitimar a Taça Brasil e o Robertão
Daniel Leal e Leo Burlá
Publicada em 19/12/2010 às 07:00
No Rio de Janeiro
Em determinados pontos, o dossiê da unificação dos títulos brasileiros a partir de 1959 utiliza argumentos contraditórios para defender a legitimidade da Taça Brasil e do Robertão como verdadeiros campeonatos nacionais. Sobre o primeiro, por exemplo, o documento destaca positivamente que “os participantes não dependiam de convite, sorteio ou qualquer tipo de apadrinhamento para conseguir um lugar na competição. O mérito era unicamente esportivo, pois o único requisito era o título estadual.”
O Robertão, no entanto, é ressaltado pelo dossiê justamente pelo contrário: teria sido um torneio “seletivo e enxuto”, que “reuniu os melhores time do País na época.” A competição, ao contrário da Taça Brasil, tinha seus participantes definidos a partir de convites, sem um critério único para todos.
Prova disso é que 12 clubes – Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Grêmio e Internacional – participaram das quatro edições do torneio, independentemente de seus desempenhos.
Na época, parte da imprensa destacava este aspecto. O “Jornal do Brasil”, por exemplo, apresentou o Robertão, em artigo publicado no dia 5 de março de 1967, como “o ex-Rio-São Paulo que agora se estende por cinco estados.”
Outros pontos para se discutir:
Qualidade
O dossiê destaca o caráter nacional da Taça Brasil por reunir campeões estaduais de todo o país – ainda que alguns fossem fracos e desconhecidos. No entanto, critica o Brasileiro de 1980 por ter uma “primeira fase repleta de equipes limitadas.”
Fórmulas
O documento afirma não haver “qualquer relação entre a importância de uma competição esportiva e sua forma de disputa.” Mas desqualifica o Brasileirão por “mudar constantemente suas regras, seus participantes e seu nome por 33 temporadas seguidas.”
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