Amigos na briga pela artilharia

Com a meta alcançada, que era fugir do rebaixamento, motivação agora no Galo é impulsionada pela busca de uma vaga na Sul-Americana e por metas pessoais
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:02/12/2010 07:00
Livre do rebaixamento à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, que se tornou o principal objetivo neste semestre depois de uma campanha desastrosa, o Atlético continua motivado na última semana de trabalho de 2010. Além de a equipe ter boas chances de garantir vaga na Copa Sul-Americana do ano que vem – precisa apenas de um empate diante do São Paulo, domingo, no Morumbi –, está impulsionada por metas pessoais dos jogadores, como renovar contrato, continuar titular em 2011 e também atingir marcas.
Um bom exemplo é a briga pela artilharia da equipe em 2010. Atualmente, quem detém a marca é Obina, que marcou 27 gols em jogos oficiais, três a mais que o companheiro de ataque Diego Tardelli, que no ano passado balançou as redes 42 vezes e ainda sonha em alcançar o baiano.
Independentemente do desejo do amigo, Obina luta para manter a condição. Até porque considera que o mais importante é ajudar o time e, para isso, nada melhor que continuar superando goleiros. “Nosso objetivo neste último jogo é conseguir mais uma vitória para fechar o ano bem, com uma vaga na Copa Sul-Americana, que seria um prêmio depois de tantas dificuldades. Se puder contribuir para mais um triunfo marcando gols, melhor, pois essa é minha função na equipe”, afirmou o atacante, que fez 12 gols no Brasileiro, cinco na Copa do Brasil, três na Copa Sul-Americana e sete no Campeonato Mineiro.
O desempenho é realmente muito bom, principalmente se levarmos em conta que ele ficou quatro meses afastado do gramado em função de uma cirurgia no tornozelo esquerdo. Foram 38 jogos desde que foi recebido pela torcida no aeroporto, em janeiro, ou média de 0,71 gol por partida.
Normalmente, o alvinegro, como outros clubes brasileiros, não dá muito valor para a segunda competição mais importante do continente. Porém, a partir deste ano, as coisas mudaram, pois a Sul-Americana passou a dar ao campeão vaga na Copa Libertadores, o que, segundo Obina, aumenta a vontade de conquistar a vaga.
De qualquer forma, ele comemora que o Galo tenha superado o risco de rebaixamento, o que certamente deixará a equipe mais solta para buscar a vitória sobre o tricolor paulista. “Está todo mundo mais tranquilo, pois saímos da situação complicada em que havíamos nos metido. Como costumo brincar, estávamos descarregando um caminhão de brita e, agora, a brita acabou.”
Assim que terminar o confronto com o São Paulo, o atacante pretende ir para Vera Cruz, sua cidade natal, localizada na Ilha de Itaparica, na Bahia, descansar. Com as baterias carregadas, pretende pôr em prática planos ambiciosos. “Quero aproveitar bem os momentos ao lado da família, pois em 2011 a intenção é brigar por títulos importantes”, disse.
NO ESTALEIRO Ontem, o atacante Daniel Carvalho recebeu alta depois de se submeter a cirurgia no ombro esquerdo. Foram colocados dois pinos no local e a previsão é que ele volte aos gramados em três meses.
Também ficaram fora do treino coletivo comandado pela manhã pelo técnico Dorival Júnior os zagueiros Lima e Werley, que tratam contusões, além do armador Diego Souza, que foi liberado para renovar o passaporte. O goleiro Renan Ribeiro, por sua vez, treinou à parte e sua presença segue como dúvida para encarar o São Paulo.
Já na noite de terça-feira, o Conselho Deliberativo do Atlético aprovou, por unanimidade, o orçamento elaborado pela diretoria para 2011. O documento prevê arrecadação de quase
R$ 104 milhões e despesas de cerca de R$ 83 milhões.
Esses números mostram que o clube prevê um aumento de receita de cerca de 14% em relação a 2009. As principais fontes serão os direitos de transmissão (R$ 30,6 milhões), cessão de direitos federativos (R$ 25 milhões), patrocínios (R$ 20 milhões) e bilheteria (R$ 13,8 milhões).