sábado, 11 de setembro de 2010

Em busca de uma cara

Técnico atleticano lamenta excesso de contusões, calendário apertado e até sua perna quebrada para justificar por que o Galo não consegue embalar a esta altura do Brasileiro

Ludymilla Sá - Estado de Minas

Publicação:11/09/2010 13:00

Ainda falta muito para o Atlético convencer a massa. O 1 a 1 com o Vasco, quinta-feira, em São Januário, nem de longe foi suficiente para livrá-lo do fantasma do rebaixamento, mesmo porque a atuação não foi das melhores, embora o time contasse de novo com jogadores importantes que estavam contundidos. Iniciada a segunda metade do Campeonato Brasileiro, o Galo ainda busca identidade.
Falta treino? Para Vanderlei Luxemburgo, sim. Pelo menos da forma como planejava. Segundo o técnico, que sempre deu importância à preparação tática, o time acabou prejudicado pelo excesso de contusões e, ultimamente, pelo calendário da competição, com jogos no meio e no fim de semana.
“Temos feito esse tipo de treinamento. Mas preciso dos jogadores dentro de campo para fazê-lo e eles estão no departamento médico. Além disso, houve a minha lesão (quebrou a perna durante pelada com o grupo, na Cidade do Galo, e precisou usar muletas por algum tempo)”, lamenta. “Não deu para fazer o que gosto: pegar o jogador, dirigir trabalho tático mostrando aquilo que poderíamos fazer dentro de campo. Isso é fundamental quando se tem todos à disposição. Você precisa que eles estejam aqui. Se estiver todo mundo no departamento médico, não tem alternativa. Esse foi o meu maior problema na temporada.”
No Rio, o Galo somou um ponto. Mas não sai da zona de rebaixamento nem se vencer o Prudente, amanhã, às 16h, na Arena do Jacaré, pela 21ª rodada. Se o empate não motivou a torcida, pelo menos trouxe um pouco mais de confiança a jogadores e comissão técnica. Aos poucos, Luxemburgo tem ganhado opções para armar a equipe.
“Nós não ganharemos todos os jogos que faltam. Mas o Atlético não vai cair. Isso é líquido e certo, pelo que estou vendo, com os jogadores saindo do departamento médico e pela vontade e empenho que estão mostrando. Domingo (amanhã) é um jogo da vida? É, mas vamos jogar o jogo da vida com equilíbrio. Podem ter certeza absoluta de que as coisas vão clarear”, assegura o treinador.
Ele deve escalar novo ataque, com Obina, voltando de suspensão, e Daniel Carvalho, que sofreu o pênalti que Ricardinho transformou no gol da igualdade com o Vasco. Ainda longe da forma física ideal, o segundo se diz motivado. “Estou, sim, mais confiante. Não pelo fato de ter sofrido o pênalti, mas por ter conseguido jogar os 90 minutos. Então, agora é tentar descansar o máximo possível, treinar amanhã (hoje) e estrear bem domingo (amanhã), em casa. Veremos se consigo pôr em prática a minha qualidade e o meu talento. Tenho um pouco de dificuldade na parte física, porque não jogava havia algum tempo. Se me cansar, tenho de pedir para sair, para não prejudicar o grupo. Mas, enquanto tiver pernas, farei o melhor pelo grupo. Acho que provamos que a mentalidade no segundo turno será diferente, com outras ambições”.
Obina não tem a certeza de que será titular. Mas promete fazer o possível para conquistar os três pontos tão preciosos para o Galo. “Estou voltando e vou procurar o meu espaço. Quem estiver melhor joga. Fiquei triste de ficar de fora contra o Vasco. O segundo turno começou e a gente já conquistou um ponto. Agora, é somar mais pontos para sair desta situação.”
Ampliação vetada
O Ministério Público estadual pôs fim ontem à pretensão do Atlético de conseguir aumento da capacidade da Arena do Jacaré. O órgão manteve o limite em 15 mil, não liberando mais 4.800 lugares, como pretendia o clube.
Novo técnico
O Atlético pode se valer da crise adversária para vencer o Prudente mais uma vez este ano. É que o clube paulista, que também luta para se livrar da zona de rebaixamento, anunciou, ontem, mais uma mudança em seu comando técnico. O técnico Marcelo Rospide, ex-treinador das categorias de base do clube, assumiu o lugar de Antônio Carlos Zago, que durou apenas 23 dias no cargo. Segundo o site oficial do clube, a mudança foi motivada por uma “readequação financeira”. Antônio Carlos vinha de um empate em casa, por 1 a 1, com o Avaí. Ao todo, venceu um jogo – em sua estreia sobre o Goiás –, com dois empates e três derrotas. Será a segunda vez que o alvinegro enfrentará o adversário nessa situação. Antes, no jogo de ida da fase de classificação da Copa Sul-Americana, o então treinador Toninho Cecílio se despediu do clube, trocando-o pelo Vitória.

Nenhum comentário: