sábado, 3 de julho de 2010

Uma prova de independência

Vinda do volante Edison Méndez e do armador Diego Souza reforça a política de contratações do Galo

Paulo Galvão - Estado de Minas


Publicação:

03/07/2010 13:59

As chegadas do volante Edison Méndez e do armador Diego Souza, apresentados pelo Atlético na quinta-feira e ontem, respectivamente, aumentaram a confiança da torcida na equipe. Mas também reforçam a nova política de contratações do alvinegro, que fez investimentos utilizando recursos próprios, ficando um pouco menos dependente de parceiros, fundos de investimentos ou empresas, tão comuns atualmente no futebol brasileiro.
No caso de Méndez, não foi revelado o valor investido, mas o certo é que o Galo passa a deter os direitos do atleta, com o qual firmou contrato por dois anos, com possibilidade de renovação por mais um. Já para ter Diego Souza, foi acordado o pagamento de 3 milhões de euros (cerca de R$ 6,7 milhões) por 50% dos diretos econômicos. Para isso, o alvinegro repassou à empresa Traffic, que continua com 50%, o recebimento da venda do ex-júnior Kléber ao Porto, por 2,3 milhões de euros (R$ 5,1 milhões), e completará o restante.
A intenção é que esses tipos de negociações se repitam. “O Atlético está criando seu próprio fundo de investimentos, investindo em atletas promissores, tendo os direitos ou parte dos direitos dos atletas. Negociações como essa, na qual o dinheiro é reinvestido no próprio futebol, farão o clube ser autossuficiente em breve”, afirmou o técnico Vanderlei Luxemburgo.
Mesmo quando não são jogadores de renome, as últimas contratações do Galo apontam para a nova política do alvinegro. Para ter o atacante Neto Berola, de 22 anos e considerado de muito potencial pelo treinador, o clube adquiriu 80% dos direitos (o Vitória ficou com o restante). Quanto ao também atacante Ricardo Bueno, da mesma idade, o percentual é de 45%. Em outras épocas, o clube cedia percentual de seus jogadores para pagar dívida.
De qualquer forma, Luxemburgo sabe que a torcida quer títulos de expressão. Por isso, ressalta a importância de ter jogadores de qualidade como Edison Méndez e Diego Souza, que, segundo o treinador, estão acostumados a decisões, a grandes conquistas. “Estamos mudando o perfil do grupo. Precisamos de jogadores que, quando a coisa apertar, saibam se comportar, que não tenham medo de pressão e que estejam prontos para dar a resposta.”
O diretor de futebol Eduardo Maluf seguiu a linha de raciocínio ao apresentar Diego Souza, ontem pela manhã, na Cidade do Galo. “Trata-se de um jogador dentro do perfil que o Atlético queria, com passagens pela Seleção Brasileira principal e de base, que ganhou o prêmio de melhor jogador do Brasileiro, ano passado, e era pretendido por diversos clubes do Brasil e do exterior. Acho que o Atlético fez a grande contratação do ano e mostra, assim, o quanto quer ter uma equipe forte e competitiva”, declarou o dirigente.
Sem surpresa
Mesmo recém-chegado, Diego Souza se mostrou empolgado com os planos do Galo. “Tive muito interesse em vestir a camisa do Atlético porque o projeto é muito bom. O clube está montando um excelente grupo e tem muitas chances de disputar o título brasileiro”, disse o jogador, surpreso com a recepção no aeroporto. “Não esperava que fosse estar daquele jeito, mas, quando se trata de torcida do Atlético, não é surpresa. Ser bem recebido como fui é muito importante.”

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