Paulo Galvão - Estado de Minas
Definição do clube quanto à contratação do treinador, que já se despediu do Santos, deve ser hoje. Disputa é com Internacional e CSKA. Mas para a Rússia ele não quer ir
O Atlético continua esperando a resposta de Vanderlei Luxemburgo, convidado para assumir o cargo de técnico do clube, no lugar de Celso Roth, demitido na noite de sábado, logo depois da derrota por 3 a 0 para o Corinthians, em pleno Mineirão. A definição deve sair hoje, quando o treinador tem viagem marcada para Maceió, onde vai descansar ao lado de familiares, como o genro Fabiano, volante que o Galo emprestou ao Sport até o fim deste ano e que tem contrato até dezembro de 2010.
No domingo, Luxemburgo se despediu do Santos com derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro e revelou ter proposta também do Internacional e CSKA, da Rússia. Como não tem interesse de sair do Brasil no momento, a decisão ficará mesmo entre o alvinegro e o Colorado.
Segundo o ex-comandante santista, o fato de o Internacional estar classificado para a disputa da Copa Libertadores do próximo ano não influenciará sua decisão. “Eu faço projeto olhando o que o clube quer e como pretende desenvolver esse projeto. Vou analisar a proposta como um todo. Há uma série de coisas importantes, o pessoal se prende muito ao fato de um clube estar na Libertadores. Eu sou homem de projeto, não vou tomar uma decisão só por causa de uma competição de nível internacional”, afirmou Luxemburgo, em entrevista coletiva na Vila Belmiro.
Um dos pontos que podem estar contribuindo para que haja demora na contratação do técnico pelo Atlético seria a questão financeira. Além de ter salário alto, ele trabalha com uma comissão técnica numerosa, com muitos profissionais bem remunerados.
Enquanto o nome do substituto de Roth não for definido o Galo também não deve definir contratações ou mesmo a saída de atletas. Mas dois jogadores já teriam sido procurados pelo clube: o lateral-esquerdo Leandro, campeão brasileiro com o Cruzeiro em 2003 e que defendeu o Vitória este ano, e o zagueiro Durval, que se saiu bem, apesar de o Sport ter sido um dos rebaixados.
Com a chegada de Leandro, de 30 anos, Thiago Feltri e Júnior não deverão ter os contratos, que expiram em 31 de dezembro, renovados. Já Durval, de 29, vem para tentar solucionar o problema da zaga, considerado o setor mais fraco da equipe no Nacional.
Se jogadores estão chegando, outros podem deixar o Galo. O mais cotado para sair é o atacante Diego Tardelli, que terminou o ano com o maior artilheiro do Brasil, com 42 gols, sendo 19 no Brasileiro, do qual foi maior goleador, ao lado de Adriano, do Flamengo – ele também fez 16 no Campeonato Mineiro, quatro na Copa do Brasil e três no torneio de verão do Uruguai.
Foi a sexta vez que o alvinegro teve o artilheiro do principal campeonato do país. A primeira foi em 1971, quando o time conquistou o título e Dario marcou 15 gols. No ano seguinte, o mesmo Dadá Maravilha marcou 17 vezes e dividiu a artilharia com Pedro Rocha, do São Paulo. Em 1977, foi a vez de Reinaldo, que balançou as redes 28 vezes. Em 1996, Renaldo marcou 16 gols, ao lado de Paulo Nunes, do Grêmio. Já em 1999, Guilherme foi o artilheiro do Brasileiro, com 28 gols.
O desempenho de Tardelli é o melhor de um atleticano desde 1989, quando Gérson marcou 46 vezes em 53 partidas. O recorde de gols em um só ano pertence a Dario, que marcou 58 gols em 57 partidas em 1972.
O atacante esteve na mira do futebol francês no meio do ano, mas o presidente Alexandre Kalil recusou proposta de 9 milhões de euros do Saint-Etienne. Agora, quem está tentando a contratação é o português Benfica, que espera contar com o jogador a partir de janeiro.
Tardelli disse que não gostaria de sair do Brasil agora, pois acredita que jogando aqui teria mais chance de ser convocado por Dunga para defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Âfrica do Sul. Porém, entende que o Galo pode precisar vendê-lo para manter as contas em dia. Quem também estaria despertando a cobiça do futebol europeu é Éder Luís. Nenhuma proposta, porém, foi apresentada neste fim de ano.
QueixasOntem, na festa de premiação dos melhores do Campeonato Brasileiro, Celso Roth mostrou-se magoado com o presidente Alexandre Kalil. “Desde a derrota para o Palmeiras, que ele não se dirigiu a mim. Fui contratado por ele, que não apareceu na hora de me demitir. Saio tranquilo, pois colhemos frutos antes do previsto”, disse o ex-treinador do Galo. (Com Patrícia Trindade)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário