Celso Roth e Adílson Batista comandam suas equipes no último clássico da temporada| Vicente Ribeiro - Portal Uai |
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Com objetivos traçados, alvinegros e celestes se enfrentam pela vitória
Atlético e Cruzeiro reeditam as emoções do grande clássico mineiro, cercado de muita história. O jogo desta segunda-feira, em pleno feriado do Dia das Crianças, às 16h, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro, vale muito mais que a rivalidade existente entre os clubes. Alvinegros e celestes buscam a vitória para manterem o foco e as pretensões na reta final da competição. O confronto é encarado como a chance de afirmação das equipes.
O Atlético quer mostrar que o tropeço na última rodada, na derrota de 3 a 1 diante do Botafogo, no Engenhão, foi apenas um desvio de caminho na rota do título, já que o time permaneceu no grupo dos quatro melhores, o chamado G-4. Com 47 pontos, o Alvinegro se manteve na disputa pelo topo da tabela, mas precisa se recuperar justamente diante do arquirrival. A vitória servirá para dar um gás extra ao Galo na reta de chegada. Com o triunfo, a equipe alcançará a vice-liderança.
O Cruzeiro também encara o clássico como a chance de dar uma arrancada rumo ao G-4, garantindo vaga na Copa Libertadores de 2010. Depois de uma fase difícil no primeiro turno, o time celeste cresceu na etapa final do Brasileiro e possui a segunda melhor campanha do returno, com um jogo a menos que o Flamengo. A goleada sobre o Goiás, por 3 a 0, na última rodada, deu novo alento à equipe, que soma 39 pontos e ganhou mais ânimo para enfrentar o Atlético.
Como ocorre em todos os clássicos, o vencedor se fortalece e enche de moral para os próximos compromissos. Essa é a meta de atleticanos e cruzeirenses para o confronto desta segunda-feira, que novamente mexerá com as maiores torcidas de Minas. O perdedor, por outro lado, terá o desafio de se recuperar do baque a tempo de retomar o caminho para alcançar o objetivo traçado para as rodadas finais do Brasileiro.
No primeiro turno, o Galo levou a melhor e derrotou o Cruzeiro por 3 a 0, em 12 de julho. Mas foi em uma situação bem diferente da atual. O time celeste estava envolvido na decisão da Copa Libertadores - acabou perdendo o título para o Estudiantes - e escalou uma equipe mista, mesclando reservas e alguns juniores. Na ocasião, o Atlético quebrou jejum de 12 clássicos sem vencer o rival. Agora, o momento é outro. O time alvinegro terá um confronto mais difícil, pelo bom momento dos celestes, que só pensam em dar o troco.
Polêmica e mistério
O clássico, para não fugir à tradição, foi cercado de muita polêmica durante a semana. Pela primeira vez desde a inauguração do Mineirão, o Atlético usará o banco de reservas à direita das cabines de rádio e TV do estádio, que sempre era destinado ao Cruzeiro. A decisão da FMF de atender a pedido do Galo, com aval da Polícia Militar, desagradou à diretoria celeste, que criticou os envolvidos.
Mas a polêmica não ganhou força entre jogadores e treinadores dos dois clubes. Tanto Celso Roth, pelo alvinegro, como Adílson Batista, comandante celeste, preferiram não desviar a atenção da preparação visando ao clássico. Os dois adotaram a tática do mistério. Mas no lado atleticano isso alcançou proporção maior. Roth fechou a Cidade do Galo para a imprensa, que não pôde sequer entrar no CT para fazer as entrevistas. Tudo por uma questão de ‘privacidade’, segundo o técnico.
Dúvida no ataque
O comandante atleticano prevê um duelo movimentado, e sabe que terá pela frente um adversário bem diferente do confronto anterior. “É um momento importante do campeonato, os times têm aspirações diferentes. O Cruzeiro tenta se equilibrar na competição, vem trabalhando há um bom tempo com o grupo formado. A diferença de uma equipe para outra é essa, pois o Atlético tem cinco, seis meses de trabalho comigo”, avaliou.
“Temos feito um campeonato digno da história do Atlético, ainda postulamos o título, enquanto o Cruzeiro tenta se reequilibrar no campeonato, procurando espaço na Libertadores. Deve ser um clássico equilibrado e alucinante, espero que seja principalmente por parte do Atlético, que o time seja equilibrado e encaminhe uma boa vitória”, projetou o comandante.
O Atlético tem uma dúvida para o clássico, embora o treinador esconda a escalação. O atacante Éder Luís, se recuperando de um corte no tornozelo esquerdo, dependerá de um teste definitivo antes da partida. O treinador, que já estava preocupado com a ausência do artilheiro Diego Tardelli, convocado para a Seleção Brasileira, talvez continue sem o velocista, que desfalcou a equipe contra o Botafogo.
Se Éder Luís for vetado, Celso Roth tem como opções manter Rentería ao lado de Renan Oliveira, dupla titular no Rio de Janeiro, mas que não teve boa atuação. Ou ainda dar chance a Alessandro. Pedro Paulo e Pedro Oldoni também estão de sobreaviso. A surpresa poderá ser a entrada do armador Ricardinho desde o começo, junto com Evandro no meio-campo, deixando só um homem de frente no setor ofensivo, contando com a aproximação dos meio-campistas.
Na defesa, desfalque certo será o zagueiro Jorge Luís, expulso na derrota para o Botafogo. O paraguaio Benítez, que vem sendo relacionado pelo treinador, poderá ter a chance de estrear justamente no clássico. Alex Bruno seria outra opção para compor o setor, ao lado de Werley, titular absoluto com Celso Roth. Por outro lado, o volante Carlos Alberto, que desfalcou o Atlético no Rio de Janeiro, se recuperou de contusão no joelho direito e reassume a vaga na lateral direita, no lugar de Coelho.
Para manter a ascensão
Cinco vitórias, dois empates e duas derrotas, em nove jogos. É para manter o bom aproveitamento do returno do Campeonato Brasileiro (62,96%) que o Cruzeiro encara o maior rival. O time estrelado ainda embala o sonho de colocar os pés na Libertadores da América 2010 e segue sua caça ao grupo de elite do Nacional.
Com a recuperação de Gilberto, que participou do último treino da equipe antes do confronto, Adílson Batista terá, praticamente, força máxima diante do Atlético. A única ausência é o atacante Kléber, que será operado nesta quarta-feira, por causa de uma lesão no púbis, e só voltará aos gramados na próxima temporada. O volante Fabrício, que cumpriu suspensão contra os goianos, está de volta.
A distância da Raposa para o Galo, primeiro integrante do G-4, é de oito pontos, a 10 rodadas do término da competição. De olho na competição continental, o Cruzeiro terá pela frente um adversário duplamente motivado. O time de Celso Roth, além da vaga na Libertadores, ainda alimenta a esperança do título.
Por isso, Adílson Batista prevê um duelo sem favoritos. "Favoritismo é dentro de campo. Nos 90 minutos é que nós vamos ver quem tem capacidade e condições de vencer a partida", avisou. O bom retrospecto na segunda metade do Brasileirão dá ao treinador cruzeirense a confiança necessária para que seu time desempenhe um bom papel diante dos alvinegros.
"Houve o crescimento. Se você olhar o segundo turno, nós estamos em 1º lugar (o Flamengo, com um jogo a mais, ultrapassou o Cruzeiro na estatística do returno, após a vitória sobre o São Paulo). Se você avaliar o retrospecto dos jogos, contra o São Paulo nós jogamos melhor, palavras do Ricardo Gomes e de vocês (imprensa). Jogo contra o Palmeiras, nós jogamos bem. Contra o Internacional, contra o Goiás. Contra equipes que saem um pouquinho mais, o Cruzeiro toca bem a bola, roda bem a bola, cria situações. Fizemos bons jogos", analisou o comandante estrelado.
Para Adílson, o Cruzeiro precisa se ater apenas ao presente, esquecer o clássico do turno e também as dificuldades da primeira parte do Brasileiro 2009. "Temos que viver o presente e pensar nas dificuldades do jogo, que sempre envolve outros aspectos também. Tem que ter atenção, respeitar, se impor e tentar os objetivos da vitória".
Com o time definido, mas não divulgado oficialmente, o técnico celeste estuda as surpresas que Celso Roth poderá armar do outro lado do embate. "Pode pintar surpresa do outro lado. O nosso vocês já estão escalando aí, não foge muito daquilo que vocês já conhecem. Do outro lado sim, pode mudar um pouquinho. Eu estou tentando encontrar alternativas para a gente eliminar algumas situações que possam acontecer, para a gente fazer um bom jogo". (UAI)
| FICHA TÉCNICA | ||
| ATLÉTICO | X | CRUZEIRO |
| Escalações | ||
| Carini; Carlos Alberto, Benítez (Alex Bruno), Werley e Thiago Feltri; Jonílson, Correa, Márcio Araújo e Evandro; Éder Luís (Rentería ou Alessandro ou Renan Oliveira) e Rentería (Alessandro) | Fábio; Jonathan, Gil, Leonardo Silva e Diego Renan; Fabrício, Marquinhos Paraná, Henrique e Gilberto; Thiago Ribeiro e Wellington Paulista | |
| Técnicos | ||
| Celso Roth | Adílson Batista | |
| Gols | ||
| - | - | |
| Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Data e horário: segunda-feira (12), às 16h Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (Fifa-SP) Auxiliares: Roberto Braatz (Fifa-PR) e Vicente Romano Neto (SP) Motivo: 29ª rodada do Campeonato Brasileiro | ||
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