Agarrar a oportunidade (07/10)

Paulo Galvão - Estado de Minas

O Atlético precisa vencer o Botafogo amanhã, às 21h, no Engenhão, para continuar na perseguição ao líder do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras. Para isso, conta com o fato de ser o quinto melhor visitante da competição, com cinco vitórias – inclusive no clássico contra o Cruzeiro, disputado em campo neutro –, três empates e cinco derrotas. Além disso, o adversário é o pior mandante do Nacional, com apenas três vitórias em 12 jogos em seus domínios, além de cinco empates e quatro derrotas. Para conseguir o bom desempenho fora de casa, o Galo aproveitou o início da competição, quando bateu Sport (terceira rodada), Atlético-PR (quinta) e Santos (sétima). A outra vitória foi na 23ª rodada, quando fez 2 a 1 no Santo André, no ABC Paulista.
O problema é que o alvinegro mineiro não tem se dado bem quando visita justamente o alvinegro carioca. A última vez que venceu o adversário no Rio foi em 18 de agosto de 1999, quando fez 5 a 1, gols de Belletti, Guilherme, Adriano, Marques e Curê, contra um de Rodrigo, pelo Brasileiro daquele ano. Desde então foram nove partidas, com dois empates e sete derrotas, com sete gols marcados e 18 sofridos, incluindo-se dois jogos pela Copa do Brasil.
Os botafoguenses chegaram a ficar atravessados na garganta dos atleticanos depois de 14 partidas de invencibilidade, além de duas eliminações no torneio mata-mata que dá ao campeão vaga na Copa Libertadores, e uma na Copa Sul-Americana. O tabu foi quebrado em 2 de novembro passado, quando o Galo fez 2 a 1, gols de Leandro Almeida, contra um de Carlos Alberto, no Mineirão, pelo Brasileiro.
É justamente por esse resultado que os jogadores atleticanos acreditam que será possível vencer também fora de casa. “Essa escrita contra o Botafogo já passou. Agora é ir lá e buscar a vitória. Nosso objetivo é conquistar o título e, para isso, temos de vencer também como visitantes”, argumentou o armador Renan Oliveira.
Ele saiu na frente na briga por uma das vagas no ataque do Atlético, que não terá Diego Tardelli, servindo à Seleção Brasileira, nem Éder Luís, tratando corte na perna esquerda. No treino de ontem, o técnico Celso Roth o escalou ao lado de Rentería na maior parte do tempo, substituindo-o por Alessandro no fim da atividade.
Segundo Renan Oliveira, o treinador ainda não o confirmou como titular. Porém, pelas recomendações, deve começar jogando. “Ele só me pediu para agarrar a chance, segurar a oportunidade que está aparecendo”, revelou.
Entre as exigências de Roth para escalar a jovem promessa está a maior participação na marcação. Ele garante estar preparado para obedecer aos pedidos e promete muita disposição caso seja escalado. “Estou me empenhando e tomara que consiga ajudar a equipe.”
Outra novidade no treino de ontem foi a escalação de Coelho na lateral direita, pois o titular, Carlos Alberto, foi poupado devido a incômodo no joelho direito. Roth espera contar com o jogador na atividade que comanda hoje à tarde, antes do embarque para o Rio. “Desde o jogo contra o Santo André, Carlos Alberto vem reclamando e administrando o problema. Então resolvemos poupá-lo, só isso”, justificou o treinador, De qualquer forma, Coelho está pronto para qualquer eventualidade. “Não interessa o adversário, o importante é estar bem e procurar ajudar a equipe. Se não for titular agora, vou continuar trabalhando para entrar depois”, disse o jogador, que considera justo que Carlos Alberto, mesmo sendo volante, continue dono da lateral. “Quando cheguei, o time já estava encaixado e o Carlos Alberto, muito bem. Já passei da fase de ficar chateado, querendo passar o carro na frente dos bois. Vou esperar minha chance torcendo pelos que estão jogando, pois vitória do Atlético é bom para todo mundo.”
CLIMA DE DECISÃO NO TIME CARIOCA
A vitória sobre o Goiás por 3 a 1, domingo, no Serra Dourada, melhorou muito o clima no Botafogo. A intenção é aproveitar que o time fará quatro dos próximos cinco jogos no Engenhão para sair da zona de rebaixamento – depois do Galo, recebe Avaí, Flamengo e Náutico. Por isso, o lateral-direito Alessandro entende que o jogo de amanhã é uma verdadeira final. “É claro que a vitória sobre o Goiás foi importante. O clima está o melhor possível, mas precisamos conquistar mais pontos para deixar logo a zona de rebaixamento. Os próximos jogos serão muito importantes”, afirmou o jogador.
“O jogo contra o Atlético será uma decisão para nós. Por isso, espero que a torcida compareça para nos ajudar. Acredito que se ela nos empurrar será bom para todos.”
As entradas para o jogo de amanhã custam R$ 20 para todos os setores, exceto o vip, para o qual estão sendo vendidas a R$ 35. O preço é do bilhete inteiro.