Ivan Drummond - Estado de Minas
Mais uma vez, o coração do torcedor atleticano foi posto à prova, ontem à tarde, na vitória de virada por 2 a 1 sobre o Atlético-PR, em rodada de resultados favoráveis ao alvinegro, que ultrapassou o Goiás, reduziu a diferença em relação aos líderes, chegando a apenas quatro pontos do Palmeiras e a três de Internacional e São Paulo. Três pontos providenciais, que deixaram o Galo bem vivo na briga não só por vaga na Copa Libertadores, mas também do título. Havia alguma dúvida sobre a presença de público. Afinal, o torcedor andava desconfiado com o time, devido à queda em rodadas anteriores. A vitória, igualmente de virada, sobre o Santo André, uma semana antes, ainda não parecia suficiente para devolver plenamente a confiança. Mas a massa, mais de 33 mil pagantes, estava lá desde cedo. Meia hora antes da partida já cantava o hino a plenos pulmões, como se convocasse o time a entrar embalado em campo. No vestiário, os jogadores comentavam sobre o barulho que ouviam. Para alguns, havia certa ansiedade. Casos do zagueiro Jorge Luiz e do volante Correa, que estreavam em casa. O primeiro se empolgou ao pisar no gramado e contemplar o panorama. Ao ouvir os gritos de “Galo!”, ergueu os braços para saudar a galera. “É um momento diferente, pois essa torcida é quente.” O jogo começou com o Galo sendo todo pressão, em busca do gol a todo custo. A massa foi junto, mas sofreu logo um susto. Paulo Baier cobrou falta da intermediária, a bola viajou pelo alto e Alex Mineiro se antecipou à zaga para marcar de cabeça, aos 11min. Mas a torcida não se entregou. Em campo, o time sentiu o apoio e partiu mais ainda para cima do xará paranaense. O empate não demorou. Carlos Alberto, como de hábito, se apresentou livre pela direita e, dessa vez, cruzou com perfeição para a cabeçada de Rentería. Era o primeiro gol do colombiano, que saiu disparado, dançou e abraçou os companheiros. “Tinha de ser aqui no Mineirão, para festejar com a torcida.” Os torcedores ficaram eufóricos. Mais ainda quando os alto-falantes do Mineirão anunciaram o primeiro gol do Inter sobre o Cruzeiro, no Beira-Rio. Pouco importava que, para os atleticanos, era melhor o tropeço dos gaúchos: a rivalidade falou mais alto. Tanto que a virada do arquirrival no Sul quase não recebeu manifestações. ARTILHEIRO É ASSIM No segundo tempo, uma bola chegou aos pés de Diego Tardelli na pequena área, quase debaixo da trave, mas o atacante errou uma, duas vezes, com o goleiro adversário salvando em ambas. A torcida intensificou os gritos de apoio. O atacante pareceu se abater, até que Correa o despertou. Um lançamento de mais de 60 metros do volante encontrou o camisa 9 livre, ultrapassando a zaga em velocidade. Com uma bomba, num golaço, Tardelli se redimiu da falha anterior, para delírio da massa. É o Galo subindo de novo na classificação e sonhando alto.
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